sábado, 31 de outubro de 2015

Anna-Belle


por Gabriella Gilmore


Ela é daquele tipo de boneca cheia de remendos
Cada dia mais parecida com voodoo
Os dias passam em câmera lenta
Enquanto o vento soa um “yahoo”

A costura arrebenta sempre no mesmo lugar
Arrebenta, remenda, arrebenta, remenda
Costura encima de costura
Não há pano que aguenta

Por fora ela tem uma aparência monstruosa
Por dentro existe uma maciez
Que só é sentida
Para quem reconhece sua própria pequenez

Os anos se passaram para a pobre Annabelle
Que passou de mão em mão
Sua alma não mais pertencia aquele corpo
Que hora sentia frio sim, mas em outras vezes não

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Precisamos falar sobre Kevin


Resenha por Gabriella Gilmore

O filme conta a história de Eva, uma mulher de sucesso profissional, ativa, alegre e que se casa com um cara muito legal. Porém, com uma gravidez não desejada e um tanto assustadora, nasce Kevin, o primeiro filho do casal.
A história conta em forma de flashbacks, sobre um massacre escolar praticado pelo jovem de 16 anos, mas o foco do tema é saber o que realmente levou o rapaz a praticar tamanha violência. Com lembranças da mãe do garoto sobre a gestação e criação do bebe, vemos ali a importância da decisão dos pais quanto à decisão de ter um filho.
Desde o início o telespectador percebe o quão despreparada é a personagem. Uma mulher talentosa em seu trabalho, em amar seu parceiro, porém sem o dom da maternidade. Logo na gestação o feto já sente a rejeição, e nos primeiros anos de Kevin, o garoto sente a antipatia da mãe, e nisso é gerado nele alguns “atrasos” na fala e até mesmo o fato de largar as fraudas e poder defecar sozinho. Isso mostra claramente uma dependência proposital da criança, até então muito astuta, que usa esse artifício para escravizar a mãe e puni-la indiretamente. Com isso, é gerado uma repulsa da mãe sobre a rejeição do filho, e no mesmo é afirmado a falta de empatia pela mãe. 
Kevin, aparentemente gosta do pai, mas na verdade é só uma forma de fazer ciúmes na mãe, pois na verdade a criança não soube cultivar o amor dentro dela por falta de referencias amorosas dentro de casa, mesmo o pai sendo um tanto dedicado, mas era ausente por conta do trabalho corrido.
A situação ainda piora quando Kevin descobre que irá ganhar uma irmã, perdendo assim o seu posto de autoridade e atenção dentro de casa.
Por negligência da família em perceber os sinais e procurar ajuda psicológica, um monstro foi sendo cativado dentro de casa, e quando menos se espera, o ódio alimentado dentro daquele jovem é extravasado como forma de “prêmio” para sua mãe, matando assim alguns colegas, funcionários da escola, e seu pai e irmã. Kevin e sua mente doentia quiseram mais uma vez punir sua mãe pela falta de amor verdadeiro, e deixa claro para o telespectador o quão sério é a maternidade, pois na maioria das vezes um assassino não nasce assassino, ele se torna um. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A idade que ela escondia por amor


Por Gabriella Gilmore

Lembro-me como se fosse hoje...
Quando eu bati o carro em janeiro de 1931 e cai naquele lago, o raio daquela tempestade me atingiu.
Alguns minutos antes tudo estava acabado para mim. A água congelada abaixou muito a minha temperatura e meu coração já não batia mais.
Receber toda aquela carga vinda das nuvens foi um milagre precedido por uma maldição.
No decorrer dos anos eu percebi que não envelheceria como meus amigos e sabia que minha existência nunca mais seria a mesma.
Comecei a fugir da vida porque se eu fosse viver como uma pessoa normal eu ia acabar decepcionando alguém que eu possivelmente poderia amar.
Mas quem controla as coisas do coração?
Porém eu fugia de cada relacionamento. E todos aqueles que passaram na minha história ficaram com sequelas que até então para mim eram inofensivas. Porém a verdade é que somos responsáveis por aqueles que conquistamos e qualquer estrago que possa acontecer tomamos a culpa para nós como mártir.
A cada década eu era conquistada por mais uma apaixonante pessoa algumas dezenas mais jovem que eu. Maldita empatia. Como contar o seu maior segredo?
Com o tempo eu fui percebendo que não adiantava mais fugir porque a minha vida seria longa, e muito mais longa se eu não começasse finalmente a viver. As histórias que eu achava se repetir, os romances, aqueles amores, eram basicamente continuação dos que eu havia interrompido. Foi quando finalmente decidi encarar a realidade e contar para Ellis que eu estaria ao lado dele até ele envelhecer, mas que ele nunca teria essa oportunidade porque meu gene havia recebido uma dose extra de vida há 80 anos.
- Diga-me algo que eu possa guardar para sempre e nunca esquecer. Perguntei.
- Minha vida não teria mais graça sem ter você ao meu lado. Ele respondeu.
Então eu abri meu coração danificado por raios e ele nem se quer se importou com o meu defeito, contanto que eu estivesse sempre com ele.

sábado, 17 de outubro de 2015

Homenagem a Marih Baldin



Para quem interessar em saber do início leia tudo ou então assista apenas o vídeo.

Hoje é dia 17 de outubro de 2015. Uma data muito especial para uma grande amiga, para uma grande família.
Hoje é o casamento da minha filhota baby Marih.
Esses dias postei algo referente aos contatos que a gente faz pela rede, e que muitos deles geram bons frutos. Na verdade isso depende apenas da empatia de ambos os lados.
Em 2006, ainda na época do orkut, conheci a Marih através da Cris Cavalheiros (também amiga de net). E através delas cresceu uma amizade muito divertida e sincera. Criamos laços muito parecido com os de família (explicando porque eu chamo a Marih de baby e de filha), porque naquela época ela devia estar com seus 15 anos!? E a sua linguagem na web era muito diferente e legal, foi quando aprendi muito a me comunicar de forma mais clara e engraçada com pessoas que compartilhavam dos mesmos gostos. Através delas, o link só foi aumentando, aumentando. Que barato!
Em 2008 tive a oportunidade de conhecer ao vivo minha primeiro webfriend, Waleska Zibetti. Isso foi em Vila Velha - ES. (Claro que não estou fazendo apologia aos relacionamentos virtuais até porque de casos ruins o mundo está cheio). Fique sempre atento na questão da empatia. Muito atento.
Em 2009, finalmente fui a passeio em Campinas visitar a Marih, que até então naquela época eu já estava amiga da irmã Carol e da Margô (mãe), e foram dias maravilhosos que inclusive me fez voltar um mês depois para morar com elas.
Foi a primeira vez que saí da minha cidade pequena para me aventurar na cidade grande em busca de oportunidades.  O propósito desse lenga lenga todo na verdade é essa eterna gratidão que tenho por esta família que me acolheu sem pensar nas possibilidades de nada darem certo para mim lá. Me senti filha e irmã mais velha das garotas. Me senti muito amada e acolhida, explicando assim a minha admiração e respeito por cada uma delas.
Depois disso só veio mais alegrias saindo da telinha.. Hospedei Naty Berg no meu aniversário também em 2009, conheci a Letícia Lee e Viviane Bittencourt em Floripa, e a lista não para. Porque a vida só acontece uma vez, e saber que quando as pessoas estão nos lendo, existem pessoas com suas histórias próprias, e eu faço questão de colecionar cada uma delas para mim.
O post de hoje é especial para minha família Baldin, e agora eu espero vocês aqui na minha casa.
Que Deus continue guardando a vida de vocês e prosperando sua família com toda a sorte de bençãos. Eu fiz o que pude para estar ai, mas Deus sabe de todas as coisas, e haverá outras oportunidades para nos vermos, até mesmo no casamento da Lulu, quem sabe né? haahahah
Gente, um beijo enorme e por favor me mandem fotos e videos ao vivo do casório! Meu coração está ai com vocês.
Beijooooosssss!!!!









Na teia de mentiras



“De todas as armas que levamos para a batalha, não há nenhuma tão poderosa quanto a mente humana. É nela que fica os instintos e o treinamento, e nos permite distinguir os amigos dos inimigos, amor do ódio. E se essa arma está ferida, você fica desarmada. A mente é muito mais perigosa quando está danificada e não há garantia de que ela não escolherá a si própria como a próxima vítima.” (Revenge)

Cheguei em casa, tirei a minha bota de montaria, fui até a cozinha com os pés descalço sentindo o frescor do piso do chão, abri a geladeira para me refrescar com alguma bebida gelada.
Liguei o ventilador da sala em minha direção, sentei no sofá e comecei a repassar toda a conversa que tivemos uma hora antes deu chegar em casa.
Palavras como “cuidado”, “você não pode”, “você está em negação”, “você deveria”... buzinavam dentro da minha mente que fritava ainda mais com o calor infernal da cidade.
Eu precisava de mais tempo para decidir, mas a verdade é que não há mais tempo. Eu estou no meu deadline. E em menos de 6 horas o dia 16 termina.
“Sua mente está vulnerável”. Foi quando a frase de Emily Thorne me resgatou para a realidade. Para a minha atual realidade.
A verdade é que o sistema me pegou. E o pior: eu deixei ser pega.
Os momentos em que estamos vivendo faz parte de um grande quebra cabeça. Na verdade o quebra cabeça é dividido em vários núcleos, como em novelas, e uma vez que você monta as peças, você descobre o enredo e tudo perde a graça. Mas ainda há quem queira continuar assistindo. Eu quis continuar assistindo, mesmo sabendo na m3rd4 em que eu ia me enfiar.
Quando minha bebida gelada terminou, corri para o banheiro para tomar um revigorante banho.
Assisti um filme horrível para espairecer que afinal me ajudou a organizar o meu pensamento sobre a teia de mentiras em que eu vinha sendo enfiada e ainda me sentindo culpada.
Culpada de que? De dizer a verdade? Qual é o problema que as pessoas tem em lidar com a porcaria da verdade? Se você mente, elas te recriminam, mas se você fala a verdade elas se afastam. Fuck it!!  WTF!
Não posso mais me sentir culpada pela b05t4 de vida que você leva.
Não posso mais ser o seu brinquedinho.
Não posso mais me fazer de vítima para ganhar sua atenção em forma de migalhas.
Não posso mais me sentir acuada pelas coisas que você esconde.
Não posso mais aceitar que você me visite na noite só porque você está “bored”.
Não posso mais ser o seu alvo, e muito menos o motivo para suas piadinhas na mesa de bar.

Podemos ser iguais em muita coisa, porém existe um detalhe: e dessa vez eu não vou te confessar.

domingo, 11 de outubro de 2015

Eu voltarei por você

“Sometimes we get cold
No words to fix it up
You get so stubborn
I get so stubborn
We hide behind walls
Our joy becomes ghosts
I wish you'd care more
I know I care”
(Yours – Lucia)


  OLHOS DE VIDRO

Uma vez uma sábia disse para mim: “Temos de abrir mão de muitas coisas para podermos seguir adiante. O medo de deixar o que não se tem (...)que deixemos algumas pessoas para que outras possam vir e ocupar lugares...”
Às vezes vivo tanto os sonhos dos meus personagens que muito das vezes eu deixo de sonhar por mim mesma. É como se a minha empatia fosse transferida para cada personalidade que escrevo. Eles passam a viver enquanto eu mesma passo a ser apenas telespectador. 
É exatamente nessa hora que eu preciso daqueles que se importam comigo para me tirar daquelas cordas. Me sinto marionetes, aonde quem passa a brincar comigo são as minhas criaturas. 
Algumas vezes ver esses espetáculos a olho nu faz bem, mas algumas vezes nem tanto. O pior é quando você se apaixona por alguma ideia borrada nos rascunhos. 
Elas se libertam daqueles papéis e dizem “Boo!” com a maior naturalidade. E passam a pregar peças em você. Aparecendo nos seus sonhos, algumas vezes no café da manhã ou em forma de música. Mas elas estão sempre lá, te admirando de longe com aqueles olhos de vidro.
Aqueles olhos de vidro que serei incapaz de esquecer...


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Um misto de mulheres


...porque ela acreditava em fadas, então eu passei a acreditar também.

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Oi oi oi tchutchucos da Gaby hahahhahah Fazendo a #FabiBertotti agora. ADORO!

"Cerveja" como são as coisas... tem como não amar o escrever? O criar? O interagir?
Estou super feliz com esta nova vibe que estou passando com o pessoal do R.L.
Tá que algumas vezes o descaso come solto, mas há sempre alguém que nos faz ficar, ou pelo menos estar mais presente.
Por esses dias ando trocando comentários com uma leitora/escritora e o amor fraternal foi quase que instantâneo e mútuo. Me fez relembrar os bons momentos do falecido orkut e suas festas virtuais ahahahahaha #oldschool para quem entender isso.
A postagem de hoje vai ser um textinho em parceria com a loirão PattyZÃO Costa.
Mana, thanks for saving me!
Bom final de semana estendido para todos!!! Amanhã começa a convenção dos primos Corrêas. Estou suuuper empolgada. Que este seja o primeiro de muitos.


" E na descoberta encoberta de linhas e entrelinhas

A união de laços redescobertos se fez
Não sabe-se nem como, e nem porque...
No misto da mulher de mil faces...
Da pele alva, e dos fios vermelhos feito o fogo...
Duas almas amigas formularam-se na tez.....



Uma empolgação que parecia coisa de amador
Mas sabe-se que amor com respeito não foi todo queimado
Naquele encontro do passado quando as bruxas desvairadas
Traíam uma as outras por causa de prazer
A sorte do renascer veio junto com a oportunidade de transcender
E assim se reencontrar  selando o que nunca foi perdido, o carinho...



E no tempo distante de outroras vividas,
Entre Brumas e Avalons...
No companheirismo ditado pela era vivida
Nada o tempo apagou...
Tudo em reciprocidade, a semente brotou....
Em bocas e livros envelhecidos pelos anos
De letras trocadas e afinidades descobertas....
Feito que escrito em eras...
O céu anunciou a volta...
E na magia, a redescoberta.



Assim segue as duas almas unidas
Saltitando de alegria feito crianças
Pois muito bem se sabe que o que fica
São as doces e eternas lembranças....



E feitas de lembranças
Duas almas feito Fênix, renascem....
Posto duas mulheres ,
No regozijo e plenitude da amizade....
Que carregam...
De Evas
As Mil faces...."

Dueto :  Gabriella Gilmore e Patty Costa !

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Troca de sentimentos



Uma vez comentei com minha terapeuta que um dos sentimentos que até hoje eu não aprendi a lidar foi o da rejeição. É como se o mundo com toda sua gravidade jogasse seu peso sobre mim. É horrível.
Acontece que quando finalmente me dou por mim (depois de ter levado várias pancadas), aquele sentimento se torna muito escuro. Na verdade ele muda de cor. É como se eu necessitasse de trabalhar com substituição.
Sempre fiz isso. Porque para superar algum desastre eu preciso trocar um sentimento por outro.
Só que sabemos que apagar alguma coisa apenas com os dedos deixa manchas, borrões. E escrever por cima não significa que aquilo ali apagou. Entende?
É uma droga!
Como todo maldito vício tenho essas recaídas, e te apagar da minha lembrança está me custando todos os dedos, e está doendo pra caramba.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Mude a mira



(re)post meu do ano de 2013 se fazendo presente nos dias de agora.

Assim são as coisas: Elas vão e voltam, persistem, te enchem o saco.
Te emputecem, te enfraquecem, te enriquecem!
Algumas te deprimem, te oprimem, te matam.
Outras fortalecem, te enobrecem, te iluminam.
Se você ganha, você perde.
Se você cai, você levanta.
Você chora, ri, se torna serena.
As oportunidades aparecem, somem, mas voltam em outras.
Agarre-as!
Se precisa parar de pensar, pare.
Se lembrar te faz adoecer, esqueça.
Se esquecer te faz vazio, enche-a com coisas que te dão prazer.
Busque o foco.
Lute por ele.
F.O.Q.U.E-O! (Naquele duplo sentido aportuguesado do f....ir-se)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Uma vez na prisão



- Você é bem durona, não é Gipsy? Sei que é fácil se convencer de algo que você não é. E pode fazer isso lá fora. Dá para seguir em frente.  Basta se manter ocupada pra não ter que encarar quem você é. Mas você é fraca.
- Saia de perto de mim!
- Sou como você. Também sou fraca. Não consigo passar isso aqui sem ter alguém para tocar e amar. Isso acontece por que o sexo alivia a dor? Ou por que sou um monstro sexual? EU NÃO SEI! Mas sei quem eu era antes de entrar aqui. Eu era alguém com uma vida que eu tinha escolhido.  E agora o lance é superar um dia sem chorar. E ainda tenho medo. Tenho medo por eu não ser eu mesma aqui ou tenho medo de ser. As outras pessoas não são o pior da cadeira, Gipsy,  a parte mais assustadora é encarar quem você realmente é, pois uma vez aqui dentro,  você não tem pra onde fugir mesmo se conseguisse correr. A verdade te encontra aqui. E  você acaba sendo uma fracassada de verdade.

(OITNB)

sábado, 3 de outubro de 2015

Errei tentando acertar



Escutando uma das minhas músicas favoritas.
Nobody's perfect de Jessie J.

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Talvez eu seja uma das pessoas mais imperfeitas do mundo. Mas é exatamente tentando acertar que eu erro.
Mas não é um erro de propósito, mentiroso ou armado. É um erro na tentativa de acertar uma mira, uma meta, um amor, whatever.
Essa música da Jessica é uma das letras que eu mais me identifico, e por curiosidade é a que eu mais gosto de cantar, e até mesmo a cantora disse uma vez que é a favorita dela em fazer acústico.
Sei lá... Nessa letra de melodia com tão simples acordes, você sente... você vive, você acaba concordando sobre os carmas que a gente atrai para nós. Ele vai e ele volta. Cabe a nós sabermos usar as energias a nosso favor e não contra nós mesmos.
Tenho levado tantas porradas no mesmo machucado que às vezes acho que estou com diabetes. Ferida essa que nunca cicatriza.
Será que isso há de passar? Esse "infinito dentro do infinito"?
Ando cansada de tentar buscar essas respostas...
(...) continua.